Levanta e sacode a poeira

Havia nevado um bocado no último sábado, assim sábado e domingo foram dias de festa pra nossa família tropical. Fotos e brincadeiras, nos divertimos um bocado na neve. Segunda inventou de nevar de novo, fui pro trabalho super-equipado e protegido. Depois parou de nevar até hoje. E esse foi o problema.

Tudo bem que teve um dia com chuva verglassante, aquela que congela qdo chega no chão e vc não sabe se tá pisando numa poça d'água ou num pedaço de gelo escorregadio (tudo isso bem explicado pelo Alexei em http://rapaduraplease.blogspot.com/2010/11/volta-da-branca-de-neve.html e em http://rapaduraplease.blogspot.com/2010/11/placar-empatado-com-pluie-verglacante.html). Então, foram dias de aprendizado de como se deslocar prudentemente. Já tava identificando bem onde pisar e nada de tombos ou escorregões até agora.

Mas como hj nevou, escondeu o chão e não dá pra saber onde tem gelo embaixo. Pois é, hj levei um tombo homérico. Daqueles que, na época da escola, o pátio ia parar pra rir de vc. Ia eu andando tranqüilamente rumo a parada de ônibus, todo pimpão... de repente, minhas pernas estão no alto e minha bunda no chão. Que tombaço!!!

A Fabíola do Berg, companheira de ônibus e já com mais de sete anos de Québec, me disse outro dia que reza uma lenda que o imigrante que cai no inverno, fica. Veremos... :-)

Aquele Abraço!

Comi minha primeira Poutine

Pra ficar bem claro: Poutine é um prato típico daqui e comi pela primeira vez hoje. E não estou escrevendo sobre comida pra aliviar o fechamento da Pizza Royale... :-)

Meu colega de trabalho Jean-Philippe Mill (aquele que disse parecer com o Mr. Maker) me convidou hoje no ônibus (ele mora relativamente perto de mim e também pega o 11 pra vir trabalhar) pro aniversário dele amanhã e disse que eu deveria ser batizado na poutine. Eu disse tudo bem, mas alguns colegas do trabalho não poderiam amanhã e acabamos antecipando a comemoração pra hj. Deixei pra amanhã o almoço de hj e fui encarar a poutine.

Desde que estudava francês em Brasília que ouço falar desta iguaria. Meu professor "très québecois" Antoine Ricard (aliás, qdo vc vem aqui na "Capitale Nationale"???) sempre falava da delícia que era e sempre fiquei curioso. Bom, o prato é bem simples, não tem nada demais, mas é gostoso pacas e beeeeeeem calórico.

É assim, um monte de batata frita com molho (o que comi tinha o um molho meio barbecue, meio agridoce) mais um montão de queijo numa tigela. É simples, mas é bem prazeroso comer. Acho que não como algo tão calórico e gorduroso desde que comi uma dobradinha no "Comida Caseira" em Afogados (Recife) nos lendários e áureos tempos da NEWStorm.

Na hora nem parece tão pesado, mas meia hora depois de encerrada, o pensamento que vem é que preciso voltar pra casa andando pra digerir tudo. O colega que é a cara do Zidane (Guillaume Michaud) disse que não se deve comer mais de uma poutine por mês. Nesse exato momento sinto o peso do prato e um sono descomunal. Já tomei um copo de café (quem me conhece, sabe que não tomo pouco café) e o sono não arreda pé. Impressionante!

Pretinha, infelizmente esse prato é proibitivo pra vc. Senão, como vc mesmo diz, seu colesterol vai bombar.

Aquele Abraço!

A Pizza Royale fechou... :-(

A notícia é velha, mas merece um post pq trata-se de um lugar importante pra gente. A Pizza Royale da Campanile fechou. Ali foi o lugar onde fizemos a nossa primeira refeição no Québec. Quem nos levou lá foram nossos vizinhos (e anjos da guarda) Roberta e Lucas. Não fizeram só isso, desde antes de viajar nos explicaram tudo que precisávamos pra chegar, receberam nossos documentos traduzidos (traduzi as nossas habilitações e as certidões de nascimento das meninas com tradutor daqui), nos buscaram no aeroporto, emprestaram o GPS qdo alugamos o carro, emprestaram o próprio carro, emprestaram o sofá-cama pras primeiras dormidas na casa nova. Só não emprestaram o gato pq não ia rolar mesmo (nem sei pelo Lucas)...

Enfim, eles nos levaram pra comer na Pizza Royale e as meninas adoraram de cara. A atendente ganhou logo o apelido de Madame Simpatia, aliás Débora depois só chamava a gentil senhora assim. No final, as meninas sempre ganhavam uns pirulitos. Lá tbm tinha uma mesinha de jogos infantis nde as meninas se divertiam enqto esperavam a comida.

De lá fizemos nossa primeira comunicação com o Brasil via skype com nossas famílias, muito choro mesmo. Almoçávamos quase todos os dias no comecinho de nossa vida aqui pq a comida era honesta, o preço era bom, tinha internet e podíamos resolver tudo enqto ainda não tínhamos telefone e internet instalados. E isso a uns 300 metros de casa.

Aprendemos os primeiros códigos da nova cultura: um copo d'água gratuito pode acompanhar a refeição, as crianças tomam leite na hora do almoço, o pour boire (gorjeta) é "obrigatório" (não é obrigatório de direito, mas é de fato pq pega muito mal não recompensar um bom serviço prestado) e corresponde +/- ao que se paga de imposto na fatura (algo entre 10 e 15%).

Depois rareou muito nossas idas a Pizza Royale ou pq comíamos em casa ou pq experimentávamos algum outro lugar. Mas, sempre (sempre mesmo) as meninas pediam pra ir lá. Vez por outra perdida, passávamos pra comer por lá.

No comecinho de novembro, as meninas pediram muuuuuuuuuito pra almoçar na Pizza Royale, mas quando passamos em frente vimos que estava fechada e com placa de "ALUGA-SE". Há outras na cidade, mas essa era a "nossa", a que ficou em nossos corações.

Aquele Abraço!

A graça do jogo é jogar

Repararam que o frio está recorrente aqui??? Mas, é que ele me surpreende a cada dia.

De sábado pra domingo, saímos do horário de verão. Atrasamos o relógio em uma hora,  ficamos 2 horas mais cedo de Recife e 3 horas mais cedo de Brasília (e Rio tbm, por supuesto!) e agora o inverno está mais sombrio. No próprio domingo, nem sentimos muito pq não saímos de casa, exceto eu por ter ido a missa (por sinal lotada, acho que pq todo mundo dormiu uma horinha a mais) e uns minutinhos no fim do dia pra tirar o lixo. Aliás, ninguém merece levar o lixo nessa friaca... :-)

Bom do domingo é que batemos um longo papo via skype com um casal querido de Brasília (Ricardo & Laila). Tbm vi corrida e joguinho de futebol, como na música do Rappa: "Me deixa que hoje eu tô de bobeira".

Já na segunda, tava um frio de lascar ou frio de pato (du canard) como falou meu colega de trabalho argelino. De manhã cedo, olhava os carros na rua cobertos de neve, o chão da rua parecia um sabão de tão liso e escavadeira da prefeitura tirando a neve da rua. Pior na hora de sair do trampo, tempo nublado e quase escuro às quatro e quinze da tarde. Assustador, sombrio e... frio. Frio de me dar urticária e lembrar dos meus amigos de Recife me sacaneando por isso. Mas, já disse a eles: "A graça do jogo é jogar"... ;-)

Aquele Abraço!

Ladeira abaixo

Escrevi o último post sobre o calorzinho que tivemos aqui quarta e quinta passadas (16 e 13 graus positivos respectivamente), mas agora é só ladeira abaixo...

Sabadão, meus amigos da época da universidade estavam comemorando e nos falamos no skype, a pergunta óbvia veio: "Tá frio aí, né?". Frio pra dedéu... :-) tava -1°C do lado de fora e dentro uns 18. E ouvindo a voz de Eti dizendo: "Ó como meu amigo tá elegante...", elegante, nada, era frio mesmo. Bom ver o pessoal reunido: Eti, Paulinho, Pedrão (pego leve na próxima), Lucci, Sandrelly, Galego, Murilim, Tacizinha, K2 e Van (esses eu lembro de ter visto).

Bom, mas voltando ao frio, domingo teve Halloween e as meninas saíram pra buscar os doces pelas casas com outras crianças. No termômetro -2°C. Não basta ser pai, tem que participar (vão aprendendo celseira, rac boy e romerão) e lá fui eu (e os outros adultos) acompanhando a molecada. É bem divertido pq todo mundo entra no clima das fantasias e os poucos floquinhos de neve que caíram tempararam o momento. Mas, essa nevezinha não conta ainda, em Montreal é que nevou à vera (2,5 cm no sábado) e amanheceu tudo branquinho.

Ontem como de praxe, fui pra aula de francês à noite e qdo saí tava -5°C e o mané aqui esqueceu as luvas em casa. Nem era pelo tempo que ia ficar do lado de fora pq vou pra aula de carro, o complicado era segurar a direção G-E-L-A-D-A!

Tenho que me consolar com o comentário de nossa amiga e vizinha Roberta (do ótimo blog Projeto Canadá) que acha que a gente se sairá bem no nosso primeiro inverno canadense. Acho que amigo tem mais é que motivar mesmo... :-D

Aquele Abraço!