quarta-feira, setembro 29, 2010

Invernou

Não começou o inverno, mas como diria minha comadre, INVERNOU...

Tem amanhecido com uma temperatura entre 5 e 9 graus e dificilmente passa dos 17. Tem chovido um bocado o que deixa a sensação térmica aparentando estar mais frio do que realmente está. Mas, o que eu sinto mesmo é o vento... pense num fio cortante o tal do vento frio.


E todo mundo só fala que o inverno vai chegar, que eu devo me preparar porque o inverno vem aí, que não vou aguentar ver tanta neve, que preciso ser batizado no inverno daqui. Um terrorismo à toa mesmo. Como diriam meus amigos de Recife: se não aguenta, pra que veio???

Aquele Abraço!

segunda-feira, setembro 27, 2010

Mercado de trabalho

Um amigo já havia me pedido pra escrever, semana passada outro amigo me pediu, então vou escrever logo antes que comece a esquecer parte do processo... :-)

Por onde começar??? Bom, posso falar que comecei a me preparar para procurar emprego ainda do Brasil. Fiz meu currículo em francês e em inglês, mesmo sabendo que iria morar em Ville de Québec, onde o currículo em inglês praticamente não é exigido. Era estranho fazer o CV porque nunca procurei emprego no Brasil, apesar de manter meu currículo relativamente atualizado. Passei quase 11 anos no CESAR, seja como sócio de empresa incubada, seja como funcionário. Então era um mundo novo a ser desbravado e com um medaço pq a família embarcou comigo.

Tbm era um risco relativamente calculado porque vagas na área de TI não faltam e planejava atacar ainda do Brasil. Mas, o buraco era mais embaixo...

Primeira coisa, o formato do currículo parece com o do Brasil, mas observando em detalhe, é bem diferente porque o currículo é pra atender a vaga e não pra mostrar tudo o que vc é capaz. Isso eu só fui ver já estando aqui. Tive uma baita ajuda pra formatar o currículo de um cara que já estava aqui e ele mostrou o que deveria mudar, como deveria escrever certas experiências, o que deveria sair e deu uma informação preciosa: os currículos não deveria ter mais duas páginas, exceto os de TI. Em TI tem que mostrar que vc tem cancha na área que a vaga pede.

E onde procurar as vagas? Aqui comecei em 3 sites: EmploiQuébec, Joboom e Monster.ca. Eles tbm ajudam a formatar o currículo e são onde as maioria das vagas estão expostas. Porém boa parte das vagas não estão expostas e vc precisa garimpar. Aprendi isso na SOIIT, órgão do governo que auxilia a recolocação de um imigrante no mercado de trabalho.

Cheguei num mês bom pra começar as pesquisas: abril. Porque maio e começo de junho contratam bastante, mas menos que o fim de agosto e todo o mês de setembro. Comecei a disparar os CVs e nada de ser chamado pra entrevistas. Uma coisa que aprendi num evento do MICC é que carta de apresentação é fundamental. Fiz meu modelo e disparei a metralhadora. As coisas começaram a pintar, mas acontece que ainda não tinha experiência de trabalho aqui (nem como voluntário) e que meu francês não era (e nem é) impecável pra trabalhar no mesmo posto que eu trabalhava no Brasil.

Até acho que meu francês era muito bom pra um recém-chegado, mas tbm sabia que estava longe do ideal e pra trabalhar como Analyste fonctionnel ou Analyste d'affaires (os correspondentes mais próximos de analista de negócios no Brasil). Então as baterias se voltaram para desenvolvedor, mas não deixei de investir no que queria. Aqui um parêntese: há uma super divisão de tarefas entre cargos bem diferentes do Brasil, algo mais ou menos assim: gerente de projeto, analista de negócios, analista funcional, arquiteto orgânico, arquiteto funcional e desenvolvedor. O arquiteto orgânico é um misto de analista com desenvolvedor, que escreve relatórios detalhados para virar código. Já o analista funcional, senta com o cliente e descreve seu funcionamento. Há uma linha tênue, mas há. O analista de negócios é um analista funcional de mais alto nível, tbm faz pré-venda e vezes de gerente de projeto.

Voltando... o problema é que aí eu parecia um ET por 2 motivos: toda minha experiência como desenvolvedor é com Java e o forte na cidade é .net (vb, c#) e PL/SQL. Em Montreal, havia muitas vagas Java, mas não queria me mudar, havia achado a cidade que queria morar. Montreal é bem bacana, adoro visitá-la, mas tem problemas de cidade grande, de metrópole e por isso, sempre foi minha terceira opção (minha segunda era Gatineau/Ottawa). E Ville de Québec tem tudo que uma cidade grande tem (porque é a capital da província), com jeitão de cidade pequena.

O jeito era insistir. Distribuí meu CV pra todos as pessoas que conhecia em Ville de Québec (e sempre fui bastante ajudado), fiz vários formatos pra cada tipo de vaga que encontrava. Porque o currículo TEM que ter as exigências da vaga, se não tiver, lixo. Enfim, fiz umas 10 entrevistas, (até pra analista ETL, fiz) achei que ia ficar em uns 4 lugares onde fui fortemente elogiado e acabei ficando onde fiz uma entrevista nem tão boa. Engraçado, mesmo. Nunca imaginei que trabalharia pro governo sendo contratado pelo governo e fiz uma entrevista totalmente by the book...

Tive decepção algumas vezes. Uma empresa chegou a fechar contrato comigo, ajustado salário, mas era um contrato condicional. Valia quando rolasse o primeiro projeto. E cadê o projeto??? Ia dizer até hoje, mas semana passada me ligarame e falei que conversaria em outra oportunidade porque estava contratado. Umas 3 empresas fizeram meu filme melhor que eu mesmo, mostrando como seria quando eu começasse e blá, blá, blá. Depois, ligavam que tavam sem projeto.

Tbm tem o fato que julho e metade de agosto são as férias de verão (algo como metade de dezembro e janeiro no Brasil) e a cidade é de muuuuita prestação de serviço pra governo, ou seja, pára (sei que esse acento caiu, mas acho difícil entender sem ele) mesmo. Em muito lugar eu era overqualified (e era mesmo) e na palestra do MICC foi dito que qto mais qualificação, pior a empregabilidade, então tem que capar o CV se for pra uma vaga que pede  pouca coisa, difícil é explicar depois que naquele período vc não estava fazendo o caminho de Santiago de Compostela (afinal, vc tava trabalhando, mas talvez com algo bem mais sofisticado do que a empresa deseja).

Depois que comecei a trabalhar, tive umas 5 oportunidades, mas declinei. Valorizo quem apostou em mim.

Tem muito mais coisa a falar e detalhar, mas aí deixo pra quem quiser me perguntar por e-mail. Afinal, cada caso é um caso e esse foi o MEU caso... :-)

Aquele Abraço!

segunda-feira, setembro 20, 2010

Novas experiências

Na última sexta tivemos nossa primeira consulta médica. Tivemos no plural mesmo, pq ainda não tínhamos o tal médico de família que é difícil de achar. Mas, seguindo as dicas dos amigos (como sempre), que nos disseram "O cubano sempre atende". Esquisita essa estória, quem é esse cubano??? Bom, precisamos de acompanhamento médico, ainda mais com 2 crianças e a patroa que já foi internada por aqui.

Tinha um monte de gente no consultório do "cubano" (imensa maioria de imigrantes hispânicos) aguardando, mas tínhamos hora marcada e não demoramos pra ser atendidos. Já a consulta, tivemos a MELHOR das impressões. O médico foi extremamente atencioso e gentil (inclusive com as crianças), sem falar que verificou tudo, perguntou tudo e pediu um catatau de exames pros que precisavam (eu fiquei forinha dessa).

No sábado, as princesas começaram no balé, óbvio que foram as mais lindas e arrasarão na apresentação do final do ano. Pense num pai babão, mas também, com a sorte que eu tenho... ;-)

Nesse fim de semana recebemos a visita de uma família recém-chegada ao Canadá: Yuri, Bárbara e David. Nos conhecemos da época em que fizemos francês juntos e também são amigos da família do Cícero e da família da Débora em Montreal, ou seja, muita relação em comum.


A nova experiência pra gente foi mostrar a cidade, ainda nem tão conhecida assim, mas já divulgando o que nos agrada. Mostramos o Québec Antigo (ou o Recife Antigo como minha Preta costuma chamar), fazendo o caminho via Boulevard Champlain. Então, neguinho fica chapado com a beira-rio (que lembra a beira-mar do Rio como já disse aqui) e com o sítio histórico, com direito a sorvete na Petit Champlain. Essa rota eu devo ao Adolfo da Flavielle que nos mostrou a cidade por essa rota, é um direto no queixo pra deixar zuretinha mesmo.



Dia seguinte, golpe final: Plage Jacques-Cartier em dia de sol. Coverdia mesmo, nocaute no segundo assalto. Tava ainda mais bonito do que quando conheci. Meus amigos se encantaram com a cidade, mas realmente, pra não gostar tem que ter muuuuuuuita má vontade.

Terminamos com o pique-nique no parquinho perto de casa com outros brasileiros (Parque St.Benoît) só pra não perder o hábito.

Aquele Abraço!

sexta-feira, setembro 17, 2010

Mais do mesmo (mas legal, como quase sempre)


Não esqueci de escrever, mas a nova rotina que inclui minhas aulas noturnas de francês diminuíram demais o tempo pra escrever alguma coisa.

Sábado queríamos comprar umas coisas pra fazer umas comidinhas brasileiras, nada demais: farofa pro almoço e pão de queijo pra algum lanche. Assim precisávamos comprar farinha de mandioca e polvilho. Seguindo dicas dos amigos, encontramos essas coisinhas na Épicérie La Fiesta. Depois de comprado, queríamos aproveitar o resto da manhã já com friozinho gostoso avizinhando.


O Alexei (do excelente e popular blog Rapadura, etc.) sugeriu o Parque Victoria que ficava perto do la Fiesta. Nos encontramos lá, deixamos as crianças brincando e botamos o papo em dia.

À tarde, fomos pra um lugar que já queria ter conhecido durante o verão, a base de Plein-Air. É uma imensa área verde, com um laguinho, campo de futebol, área pra piquenique, essas coisas. Tava rolando uma tal festa da família, chegamos no fim, mas parecia bem legal. Continuamos por lá com a brasileirada, mesmo após o fim da festa. As crianças se divertindo e eu aproveitei pra bater um futebolzinho com os outros brasileiros.


Domingão, fomos a igreja cedo (missa das 9h), as meninas nas respectivas bikes, eu e a dileta esposa correndo atrás. No friozinho matinal, não tem coisa melhor... depois demos uma geral na casa e nos preparamos pra voltar pra rotina semanal.

Sim, sim... compramos os patins de gelo das meninas (pras 3, só eu fiquei de fora por enquanto). O ventinho não nega que tá quase invernando (como diria minha comadre).

Aquele Abraço!

quinta-feira, setembro 09, 2010

Feriadão e rotina

Último fim de semana com algum calor e chuva por aqui. Domingo cedo, as meninas pegaram as bikes e fomos pra missa debaixo de uma garoa fina. Pense numa coragem pra fazer isso antes das nove da manhã pleno domingo de feriadão... :-)

À tarde fomos ao Museu de Belas Artes aqui. Não tava planejado, mas um amigo dos tempos de faculdade que mora em Toronto estava por lá (salve Ronald, tô devendo te enviar as fotos) com a patroa. Depois de devolver os livros na biblioteca, demos um pulinho lá. Agora sou eu que devo uma visita a Toronto...

Fotinha do museu, mas na hora tava bem nublado.

Na segunda fomos pra Boulevard Champlain, aquela que eu disse que lembra o Aterro do Flamengo, pq deu um solzinho gostoso a convite da Camila e família. As meninas levaram os patins. À tarde, arrumamos a casa e nos preparamos pra rotina.

Meninas na escola, patroa no curso de francês e eu no trampo. Esse é o cotidiano. Agora acrescentei o curso de francês noturno, duas vezes na semana. Cansativo, mas fundamental.

Ia esquecendo de contar: tive a sorte de falar via skype por 2 horas com Celso, Saulo e Fábio (em Londres). Celso e Fábio sempre mantêm contato, mas Saulote é uma raridade mesmo.

Rac e Pat parabéns pelo Pedrinho (moleque de sorte). Nani, parabéns de coração (34 aninhos, tá ficando coroa). Pedrones, parabéns pelos bons negócios. Saudades de todos vcs, amigos (não apenas os do parabéns)...

Aquele Abraço!